domingo, 25 de janeiro de 2009

NÃO SEI SE TENHO RAZÃO

Um dos prazeres que tenho, é o de reler falsos profetas e constatar que o que eles escrevem não passa de imbecilidades e que, por isso mesmo, não irão acontecer.
Tenho por eles um carinho especial e, para seus escritos, reservei uma cestinha no banheiro onde ficam à minha disposição para que eu os leia, exatamente nos momentos compatíveis com o que eles escrevem.
O que mais me impressiona, é a forma como esses “ícones” nos são apresentados!
São sempre professores de grandes universidades, conselheiros de grandes instituições, economistas de renome, estrategistas disso, especialistas naquilo, etc, etc, etc...
Assim, diante de tantos e tão sábios seres, vamos sendo ludibriados no conhecimento e convencidos de que nunca acertamos e eles nunca erram.
Baseado nisso, decidi usar o meu prazer de reler “profecias” e, dele, começar a fazer uma análise dos profetas.
Começarei pelo Ricardo Hausmann, professor de Harvard (olha que pompa!) e analisarei uma entrevista que o mesmo concedeu à revista Veja (aconselho a lerem a entrevista antes de lerem esse comentário) http://veja.abril.com.br/270808/entrevista.shtml e essa publicou nas suas Páginas Amarelas da Edição 2075 de 27/08/2008 e que tem como título: “A POUPANÇA DO PRÉ-SAL”
Nessa entrevista, esse “professor” chega ao absurdo de comparar a realidade da Finlândia com a brasileira, traçando um paralelo entre vender madeira e fabricar celular; afirma que o ideal é que 100% das receitas com o petróleo sejam depositadas em um fundo no exterior que, com isso, impediria a inundação da economia pelos dólares, que gerariam inflação e volatilidade cambial. Afirma ainda que é um engano se imaginar que esses dólares poderiam ser utilizados para por fim a problemas sociais assim como na saúde e na educação.
Como aval para as bobagens que apregoa, esse “sábio mestre” afirma que recentemente ajudou o governo do Cazaquistão a criar seu fundo soberano e que a moeda desse país se apreciou bem menos do que a brasileira nos últimos anos. O que esse iluminado talvez não saiba, é que o Cazaquistão tem uma população de 15.340.533, um Produto Interno Bruto (PIB): $ 167.622 milhões (2007), enquanto o Brasil tem uma população de 183,9 milhões (2007) e um PIB de 1.835.642 bilhões (2007).
Quando questionado sobre o que fazer com a receita do petróleo, o “sábio economista” aconselha a depositá-la em um FUNDO, no exterior.
“Sábio Mestre”, que fundos seriam esses?
Por um acaso eles seriam aqueles mesmos, geridos pelos Bancos estrangeiros que acabaram de quebrar?
Sinceramente, se o senhor não agiu de má fé quando deu esse conselho, venha estudar Economia aqui no Brasil. Aqui nós temos muitas e boas Faculdades de Economia à Distância e nelas o Sr poderá aprender alguma coisa.
“Professor”, quando o Sr cita a Noruega, esquece de falar pra nós que a população de lá é de somente 5 milhões de habitantes (menor que a do Estado da Bahia), que o petróleo e gás representam 35% das suas exportações, e que eles só exportam menos petróleo que a Arábia Saudita e Rússia
Lembre-se grande “sapiência” que foi seu o conselho de se dolarizar a Economia Brasileira, dando como exemplo a malfadada dolarização Argentina; um conselho irresponsável e fruto de uma cabeça que, se não mal intencionada, por certo vazia de conhecimento sobre o assunto. Vale salientar, que a dolarização que fizeram na Argentina, acabou por explodir a economia daquele pais e como fruto, só lhe restou o calote da dívida.
“Professor”, aprende uma coisa: A moeda é a bandeira econômica de um país e assim como a sua Flâmula, não é trocando-a que se consegue nada.
Se o Sr tivesse boa intenção ou se, de fato soubesse tanto de economia, por certo não seria tão leviano nas suas declarações.
Veja por Ex: Em agosto de 2008, o sr dizia: “Não existe nada que impeça o Brasil de avançar, de maneira estável e duradoura, em um ritmo de 7% ao ano. É uma meta perfeitamente viável. Com essa taxa, o país galgaria outro patamar de desenvolvimento, dentro de um espaço de menos de três décadas. O crescimento econômico tem o poder de se auto-alimentar e se multiplicar”.
Para alguém de quem se fala ser tão conhecedor de Economia, uma declaração como essa, dada dois meses antes de explodir a crise atual e quando, até, “Zé da Feira” já sabia que a economia mundial estava à beira do abismo, isso me parece leviandade ou então desejo extremo de falar bobagens. Saiba “professor” que o Zé da Feira me disse que nem a China vai crescer a 7 % e que, se o Brasil for bem administrado, conseguiremos escapar da recessão e, como Deus é brasileiro, poderemos crescer entre 1,5 e 2 %. Ah, antes que eu me esqueça de falar, eu acredito muito mais em Zé da Feira, já que ele não é pago por ninguém, pra ser leviano naquilo que divulga.